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Um caldeirão de sentimentos políticos e esportivos de raiva

  • valordaagua
  • 14 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de mar. de 2022



Sou um atleta frustrado e eu assumo. Pense em uma modalidade esportiva: eu devo ter treinado. Basquete (por mais tempo), futebol, natação, handebol, vôlei, futsal, atletismo e mais algumas que o SESI disponibilizava de graça durante minha infância. Mas onde consegui um pouco mais de competitividade foi com o xadrez.

O esporte e meu pai me ensinaram algumas coisas! Ensinaram-me a competir com honestidade, aceitar a derrota, engolir o meu choro de raiva (ainda mais quando se é criança), a aprender com as derrotas e admirar pessoas com seus recordes e vitórias.

Até hoje me lembro de cestas que eu errei (quase todas), da falta de calma para decidir as melhores atitudes no calor da partida e das amizades que fiz na curta carreira de atleta infantil. Mesmo sem conquistas expressivas em minha vida esportiva, as poucas vitórias, as derrotas e a frustração são fatos que me ajudaram a crescer uma pessoa mais feliz e que se reflete em muito do que faço e como atuo hoje.

Não consigo nem expressar minha tristeza com o episódio que acaba de acontecer com a Chapecoense. E os sentimentos que surgem com as homenagens feitas em todos os cantos do planeta para uma equipe sem um grande destaque anterior na mídia internacional.

Esses fatos me levaram ao choro ainda que escondido ou disfarçado várias vezes essa semana. Arrepiei-me por várias vezes com as homenagens do povo colombiano ao time brasileiro. Isso me fez pensar na grandeza do esporte e no que ele pode fazer e representar.

Fiquei orgulhoso de ver pessoas de outros países pararem para prestar homenagens e o time do Atlético Nacional com um gesto muito forte. O de aceitar que o título da Sul-Americana seja entregue ao time brasileiro. Sem pensar em tapetão ou apelações egoístas (Fluminense e Internacional deveriam fazer estágio com os colombianos)

O Atlético Nacional nos trouxe uma mensagem que andava meio em baixa. A de se acreditar que o ser humano ainda pode ter sentimentos de bondade e amor. Eu adotei o Atlético Nacional como meu time fora do Brasil. Hoje, eu torço pelo Atlético Nacional também!

Mas... mas... (ô tristeza) o ato do mundo esportivo liderado pelo Atlético Nacional não inspirou todos os brasileiros. Principalmente a classe política que se aproveitou do desvio de foco da mídia e acabou realizando manobras políticas para manter a impunidade política no Brasil. Votar na surdina algo tão importante como as medidas anticorrupção para um país que passa por um dos maiores episódios de corrupção de sua história! Na calada da noite! Foi muita falta de vergonha na cara e compaixão dos nossos políticos! Se aproveitaram de um momento de comoção mundial para votar algo importante para um país em benefício próprio.

Infelizmente, acho que nossos políticos não foram atletas vitoriosos, frustrados ou minimamente praticaram modalidades esportivas com espírito esportivo. Se o fizeram, graças a Deus eu nunca competi com eles. Nem quero imaginar como seria competir com esses caras.

É muito bom lembrar que o esporte nos torna mais humanos e gera bons exemplos que inspiram a humanidade. E o Atlético Nacional conseguiu inspirar muita gente pelo mundo a pensar mais no próximo e compartilhar a dor que seria de uma só cidade. Mas ao ver o que nossos políticos fizeram me deixa extremamente envergonhado.

Do time do Internacional do RS, um dos grandes do futebol brasileiro, eu prefiro nem comentar. Hoje, só entendo que ele não é administrado por pessoas que saibam da grandiosidade dessa instituição que é representada pela maior quantidade de sócio-torcedores do país. A torcida do Inter deve estar colorada de vergonha de seus dirigentes.

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Não sei nem como terminar esse post. Um caldeirão de sentimentos políticos e esportivos de raiva, vergonha e tristeza me cercam. Prefiro focar eles só na compaixão com o time da Chapecoense e destacar o exemplo de humanidade e sentimentos não egoístas que o Atlético Nacional demonstrou ao mundo. Lembrando-nos que podemos ter bons sentimentos entre pessoas diferentes e com interesses diferentes sem ser egoístas.



 
 
 

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