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Democracia

Este blog não tem a intenção de fazer você mudar seu voto com argumentos contra ou a favor a um dos dois candidatos à presidência do Brasil. Escrevo aqui por estar com medo do pós-eleição. Durante os últimos dezesseis anos em que trabalho como professor, nunca fui tão questionado sobre política. E o que me chama a atenção é de que o óbvio não foi mencionado nos questionamentos.

Em sala de aula fui questionado sobre censura, fake news, ideologia de gênero, aborto, sobre virarmos uma Venezuela, enviarmos nossa produção de alimentos para Cuba, a não definição do ministro da economia do Lula, e achei tudo muito produtivo. Fiquei feliz. Eu sempre busco estimular o debate político de forma saudável em sala de aula. Eu amo debater a pauta ambiental e social. E é impossível debater tais assuntos sem debater política.

Mas, em momento algum, o assunto democracia e respeito à constituição foi abordado pelos alunos, apesar de ser muito importante. É o que possibilita podermos debater todos os outros assuntos citados acima. A democracia é parte recente de nossa história. Desde 1989, somos uma democracia baseada na coesão e na independência entre si em três poderes. Foi o filósofo francês Montesquieu (1689-1755) quem teorizou, pela primeira vez, sobre a divisão do poder em três instâncias distintas. Executivo, legislativo e judiciário devem se equivaler em poder, como demonstra a construção da praça dos três poderes em Brasília-DF.


Em pouco mais de trinta anos de regime democrático no Brasil, já ocorreram dois impeachments (eu não concordei com a saída da presidente Dilma Rousseff, mas tive de acatar a decisão da maioria). Impeachments podem ser a prova de que o sistema democrático está funcionando.

Em regimes democráticos, nem sempre o que é certo, ou o que eu acho que é certo, é o que será feito. Será feito o que a maioria decidir. Em nosso comprovante eleitoral, não está escrito que nosso voto é o certo e ele será o vencedor da eleição. Ele só comprova que você é participante da democracia e que deve acatar o resultado das urnas.

Após o resultado das eleições, devemos respeitar as urnas e seguir o que diz a constituição. As urnas são a alma da democracia. Elas devem ser soberanas e respeitadas para o bem e para a estabilidade do nosso futuro como país democrático.

Exemplos de não respeito às urnas não são bons. O Haiti, em 1991, em sua primeira eleição após a ditadura da família Doc (uma das mais sangrentas ditaduras do século XX), teve a democracia não sendo respeitada, e o resultado das urnas sofreu a interferência dos militares no mesmo ano. Desde então, sem respeito ao resultado das urnas, o Haiti se encontra como o mais pobre país das Américas, registrando um péssimo IDH.

Outros dois bons exemplos de que as urnas e a constituição devem ser respeitadas são a Nicarágua e a Venezuela. Nestes dois países, encontramos ditaduras onde os poderes legislativo e judiciário não mantiveram sua independência e autonomia de trabalho. A desigualdade provocada pelo fortalecimento do executivo e o enfraquecimento do judiciário e legislativo arruinaram a economia e elevaram os índices de violência destes países.

Nestas eleições de 2022, vamos debater o que merece ser debatido e respeitar a democracia. Vamos buscar entender qual a melhor proposta econômica de cada candidato, o melhor plano para a educação do país, como cada um deles quer lutar contra a corrupção e sobre os planos de privatização ou não de nossas estatais.

Esquecer as fake news e promover debates sadios sem cancelar seus tios e tias que enviam prints de notícias sem fonte no grupo de WhatsApp da família (sua família continuará existindo após a eleição).

E, acima de tudo, respeitar o resultado das urnas e a constituição brasileira. Lembrando que o último país que reduziu os poderes do judiciário foi a Venezuela. E acredito que aqui ninguém quer residir na tão temida “nova Venezuela”, país que nos deixa um rastro óbvio do que não devemos fazer.

Bom voto com muita consciência eleitoral e de classe para você. Lembrando, para finalizar, estas linhas que, para a próxima semana, podemos mudar o presidente do Brasil, mas não a constituição. E tanto o presidente vencedor, quanto a constituição podem não te agradar, mas merecem seu respeito para que não nos tornemos um país violento, que afasta os investimentos externos e causam instabilidade política e econômica para toda a sociedade.

Abaixo seguem cinco exemplos do que não devemos fazer antes e depois dos resultados das eleições do dia 30/10/2022.


1º exemplo: Caso não concorde o resultado das eleições e com a lei brasileira, não receber a polícia ou amigos que pensam diferente com tiros de fuzil e granadas, como o ex-deputado Roberto Jefferson fez.



2º exemplo: Não desrespeitar as pessoas que você acredita estarem erradas por terem menos força que você, como fizeram os três agentes da Polícia Rodoviária Federal no estado do Sergipe.



3º exemplo: Não propagar fake news, como o deputado Flávio Bolsonaro fez.



4º exemplo: Não misturar religião com política. Se você se diz cristão, lembre-se, honre Deus acima de tudo e depois ajude o próximo. “Dê a Cesar o que é de Cesar”. Não seja um cristão que não segue a Cristo, tendo um discurso armamentista sem amor ao próximo.





5º exemplo: Disseminação de notícias falsas gera muitos problemas. Entenda no link abaixo. https://obastidor.com.br/justica/a-cadeia-rendeu-punicao-4438


Observação final: se você não acredita na constituição que existe em nosso país, vote em candidatos que busquem por mudanças. Mas não queira mudar a lei por acreditar ser o seu pensamento a ideia mais correta que existe no universo. Você se tornará um ditador igual aos que comandam a Venezuela, Nicarágua, Cuba, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Belarus ou a Rússia.


Fontes pesquisadas:

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